A ousadia de trazer a tona os escombros das relações familiares no contexto deviolência doméstica, em uma dissertação de mestrado, ao desmistificar os estigmas de vítima ede agressor foi relevante para mostrar outro olhar: o da violência psicológica no qual o homemé a vítima. A violência jamais será defendida, contudo antes de se julgar pelas aparênciasfísicas, com precoces juízos de valor e de sentenças morais, necessário ouvir os envolvidosafinal a preservação da dignidade humana e da integridade física, mental e emocional é direitoa todos assegurado.Tendo em vista os dispositivos à época disponibilizados para o enfrentamento de taisconflitos familiares e os resultados obtidos, não raro, com o foco direcionado a apenas um doslados, a balança do equilíbrio restava torta. Assim a mediação, até então um mero rascunhoalternativo, mostrava-se uma ferramenta adequada a equiparar os direitos dos envolvidos, aorestabelecer o diálogo e ao dar voz e vez a quem antes era apenas objeto de pré-julgamentos ede condenações morais e sociais.